![]() O grito ainda ecoa
Eliane Auer Em cada canto, uma senzala O “senhor” é o patrão Liberdade é ilusão. O “criado” ainda é mudo. Mudo... As dores são as mesmas Na pele preta, sem apogeu. Tentam calar as vozes doridas Porque tudo na atualidade é perversão. Morre o preto Morre o índio Morre o pobre Morre o preto ...morre o preto, morre o preto, o preto pobre! Cota de negro, branco enegrece. Para o branco, negro apodrece. Fede o negro... Suor de trabalho árduo, arde no olhar do branco. Arde no olhar do branco...arde! Arde... O branco cheira - às custas da babá e da lavadeira . Chora negro-chora! Nas senzalas atuais, nada tem de atemporal Em cada trem que passa, tem um pouco de navio negreiro Em cada ônibus, nada de fenomenal. Nada ! Nada ! Nada... Em cada camburão da polícia rechaçam mais um negro. A pele do negro não tem cor, tem as marcas de desamor. Ela tem o preconceito! É açoite silencioso. É a dor com a boca fechada- mordaça da atualidade. Mordaça! Mordaça! Mordaça... Eliane Auer (Moça Bonita)
Enviado por Eliane Auer (Moça Bonita) em 13/02/2020
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